As Danças Serpentinas, nome pelo qual ficaram conhecidas as criações mais representativas de Fuller, recuperação de um motivo clássico da representação do movimento, eram coreografias simples, assentes em estruturas técnicas por vezes complexas. A bailarina em palco manipulava com a ajuda de grandes varas o corpo de um imenso vestido feito de tecido reflector e brilhante sobre o qual eram projectadas manchas de cor com o recurso a focos de luz, espelhos e diversos truques de palco.
Reflectidas pelo movimento ondulante do vestido, a iluminação e a energia da bailarina criavam uma sensação de irrealidade, destituindo o corpo de qualquer presença, substituído pela ilusão de fluidez energética de um outro corpo, agora feito luz, linha abstracta ondulante capaz de evocar no mesmo momento o êxtase de uma cerimónia ritual e a mais clássica das genealogias, a da linha ondulante como ideal de beleza de representação do movimento.
retirado http://www.culturgest.pt/docs/figurasdadanca.pdf
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